O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido de devolução de armas, celulares, documentos e R$ 30,4 mil em espécie apreendidos com Robson Calixto Fonseca, o "Peixe", investigado por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco. A defesa argumentava que todo o material já havia sido analisado pela Polícia Federal e que não havia motivo para mantê-lo sob custódia, mas o ministro avaliou que a liberação poderia causar prejuízos à aplicação da lei penal.
Entre os itens que permanecerão apreendidos estão duas pistolas, um revólver, uma espingarda calibre 12, dois aparelhos celulares, uma agenda com anotações, planilhas, extratos bancários e o valor em dinheiro. A defesa contestou especificamente a retenção dos R$ 30,4 mil, alegando a ausência de indícios sobre origem ilícita do montante, porém o argumento não foi aceito pelo relator.
Em sua fundamentação, Moraes citou os supostos vínculos de Calixto com a milícia de Jacarepaguá e sua possível atuação como "laranja" do conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão, apontado como um dos mandantes do crime. A decisão acompanhou parecer da PGR e visa preservar elementos considerados essenciais para o andamento das investigações sobre o homicídio que completou seis anos sem todos os responsáveis terem sido julgados.