O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta terça-feira (27) a erradicação do surto de gripe aviária detectado em uma granja comercial na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A confirmação vem após a implementação de rigorosas medidas de contenção e controle sanitário, que evitaram a propagação do vírus para outras regiões do país. O foco foi identificado oficialmente em 15 de maio, marcando o primeiro caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Brasil.
Desde o início da investigação, iniciada no dia 12, mais de 17 mil aves morreram ou foram sacrificadas preventivamente. A ação rápida do governo brasileiro foi fundamental para impedir uma disseminação em larga escala da doença. Segundo o ministro Carlos Fávaro, o surto foi contido de forma eficaz, o que demonstra a capacidade do país de responder rapidamente a emergências sanitárias. “Se houvesse falha no controle, teríamos focos em outras regiões já nos primeiros dias.
O sucesso da operação é resultado do comprometimento dos profissionais de defesa agropecuária e da adoção imediata do Plano Nacional de Contingência”, afirmou o ministro. Após a desinfecção total das instalações da granja afetada, o Mapa iniciou, em 22 de maio, um vazio sanitário de 28 dias. Esse período é exigido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) para que o Brasil possa solicitar a retomada do status de país livre da gripe aviária, essencial para o comércio internacional de carne de frango.
Atualmente, alguns países suspenderam temporariamente as importações do produto brasileiro como precaução. A OMSA classificou o episódio como um foco isolado e regional, o que pode facilitar a reabertura dos mercados internacionais em curto prazo. A decisão também aliviou o setor avícola nacional, que movimenta cerca de US$ 10 bilhões por ano em exportações. Embora o foco principal tenha sido erradicado, o Brasil ainda monitora 11 casos suspeitos da doença em diferentes estados.
Uma suspeita em uma granja de Santa Catarina foi descartada, enquanto outra, em Anta Gorda (RS), segue em investigação.