A fabricante de meias Lupo decidiu ampliar suas operações para fora do país e inaugurou em junho uma nova unidade em Ciudad del Este, no Paraguai, após considerar insustentáveis as mudanças fiscais brasileiras. A CEO Liliana Aufiero afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que a empresa não migrou por escolha estratégica isolada, mas por pressão direta do ambiente tributário do Brasil, especialmente após a Lei nº 14.789/2023, que alterou a forma de tributação de incentivos fiscais do ICMS e elevou custos industriais.
A companhia considera que as novas regras comprometeram a competitividade das operações no território nacional, afetando um setor já marcado por margens apertadas. A fábrica no Paraguai surge como alternativa para reduzir despesas, manter a capacidade produtiva e garantir preços mais competitivos diante de um cenário considerado desfavorável pela direção da empresa.
O movimento reforça a preocupação de parte da indústria brasileira com o peso da carga tributária e a busca crescente por ambientes regulatórios mais previsíveis. A Lupo avalia que a expansão internacional não representa abandono do Brasil, mas um ajuste necessário para manter sua posição no mercado e assegurar continuidade produtiva frente às pressões fiscais recentes.
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