Os Correios aprovaram nesta quarta-feira um plano de reestruturação para enfrentar sua grave crise financeira. A empresa acumula 12 trimestres consecutivos de prejuízos, com prejuízo líquido de R$ 4,5 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025.
A proposta, já antecipada pelo presidente Emmanoel Rondon em outubro, foi aprovada pelos conselhos da estatal. O plano tem como objetivo garantir liquidez à empresa e mantê-la como operador logístico nacional, baseando-se em três pilares: recuperação financeira, consolidação do modelo e crescimento estratégico.
Para viabilizar a virada, os Correios buscam captar R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos até o final de novembro. Entre as medidas concretas para os próximos 12 meses estão um Programa de Demissão Voluntária e redução de custos com planos de saúde.
A empresa também planeja fechar até mil agências deficitárias, modernizar sua operação e vender imóveis – onde identificou potencial de arrecadar R$ 1,5 bilhão. A expansão para o e-commerce e avaliação de fusões completam a estratégia.
Apesar dos cortes, os Correios afirmam que a universalização dos serviços postais é "compromisso inegociável". A empresa segue como única capaz de atender todos os municípios brasileiros, inclusive os de difícil acesso. Os detalhes de implementação das medidas, porém, ainda não foram divulgados.