Comissão quer impor travas de gastos, restringir propagandas e reforçar segurança no cadastro de apostadores
O relatório final da CPI das Bets, que investiga o impacto das apostas esportivas no Brasil, incluirá propostas para conter o avanço do vício em jogos e reduzir o risco de endividamento da população, especialmente entre os mais jovens. A informação foi confirmada pela senadora Soraya Thronicke (Podemos – MS), relatora da comissão.
Entre as sugestões estão limites de acesso às plataformas, travas para gastos com cartão de crédito e restrições à veiculação de propaganda. Também está prevista a adoção de tecnologias que qualifiquem o cadastro dos apostadores, criando barreiras para menores de idade e para perfis com histórico de risco.
O objetivo, segundo a senadora, é conter o avanço da ludopatia (vício em apostas) e os impactos sociais que o descontrole no setor pode gerar.
“A gente precisa agir para evitar o colapso financeiro de famílias inteiras. O vício em apostas está se espalhando silenciosamente, inclusive entre adolescentes”, declarou Thronicke em sessão.
A CPI tem prazo até o dia 30 de abril para concluir os trabalhos, mas há parlamentares que já discutem a possibilidade de prorrogação, diante do volume de informações levantadas.
Durante as investigações, o Banco Central revelou que as casas de apostas movimentam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês no Brasil — valor referente a transferências feitas às plataformas, mesmo que nem sempre convertidas em apostas diretas.
O presidente do BC, Gabriel Galípolo, também alertou que o envolvimento com apostas pode elevar o custo de crédito dos usuários. Instituições financeiras têm considerado o histórico de apostas como fator de risco, o que impacta na taxa de juros oferecida aos clientes.
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