A estatal Correios aumentou a meta do seu programa de desligamento voluntário (PDV) para 15 mil funcionários, com o objetivo de cortar custos e evitar a contração do empréstimo de R$ 20 bilhões que vinha sendo negociado com bancos.
De acordo com o plano, a expectativa é que sejam desligados 10 mil empregados em 2026 e outros 5 mil em 2027. A economia estimada com a folha de pagamento é de R$ 1,7 bilhão por ano.
A decisão pelo PDV vem em meio a uma grave crise financeira. A empresa registrou, de janeiro a setembro de 2025, um prejuízo de R$ 6,1 bilhões — valor quase três vezes maior do que no mesmo período do ano anterior.
Para viabilizar a reestruturação, o presidente da estatal, Emmanoel Rondon, também chegou a confirmar a busca por empréstimo de R$ 20 bilhões com garantia da União — proposta, porém, rejeitada até o momento pelo Tesouro Nacional por considerar os custos financeiros inviáveis.
O plano de reestruturação anunciado em outubro de 2025 prevê medidas como corte de despesas operacionais, revisão de jornada e plano de saúde, venda de imóveis, diversificação de receitas e renegociação de dívidas com fornecedores.
Fontes internas informaram que o novo PDV foi dimensionado com base em estudos técnicos. A estatal diz que o foco é garantir adesão “voluntária e economicamente viável”, preservando dignidade aos trabalhadores que optarem pela saída.
Até o fechamento desta reportagem, não houve resposta oficial da empresa a pedidos de manifestação sobre a ampliação da meta do PDV. Caso haja posicionamento, o texto será atualizado.