Após sofrer uma derrota na Câmara dos Deputados com a derrubada da Medida Provisória (MP) que tratava da substituição do aumento do IOF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou uma série de exonerações de cargos ocupados por indicados do Centrão em postos de segundo escalão. A decisão, vista como uma retaliação política, atingiu aliados de partidos como PP, PSD, MDB e União Brasil.
As demissões envolvem nomes ligados ao senador Ciro Nogueira, presidente do PP, além de parlamentares do PSD, comandado por Gilberto Kassab, e de outros partidos que compõem o bloco político. Entre os órgãos afetados estão a Caixa Econômica Federal, a Codevasf, o Iphan, o Dnit e superintendências regionais do Ministério da Agricultura.
Fontes do governo afirmam que Lula deu sinal verde para um pente-fino nas indicações de políticos que votaram contra o Planalto ou se abstiveram na votação da MP. A medida teria como objetivo reafirmar o controle do governo sobre os cargos e reforçar a necessidade de fidelidade da base aliada.
A derrota na Câmara foi considerada um sinal de enfraquecimento do governo na articulação política. O Palácio do Planalto agora busca reorganizar sua base, com novas nomeações e negociações para garantir apoio em futuras votações. O gesto também serve como aviso aos partidos do Centrão, indicando que a relação com o governo dependerá do alinhamento nas próximas pautas do Congresso.