O Rio de Janeiro enfrenta uma escalada sem precedentes da violência, com facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC) usando drones equipados com granadas e explosivos para atacar policiais e dominar territórios. A situação ganhou força após o governo federal recuar da proposta de enquadrar essas organizações como terroristas, o que teria permitido o uso de recursos militares e estratégias mais rígidas no combate.
Durante a megaoperação desta terça-feira (28), cerca de 2.500 agentes atuaram nos Complexos da Penha e do Alemão para prender líderes do tráfico e enfraquecer o poder das facções. O saldo foi de pelo menos 64 mortos, entre eles quatro policiais, e mais de 80 presos. Durante a ação, criminosos lançaram granadas de drones contra as forças de segurança, provocando pânico em moradores e transformando a região em um cenário de guerra.
O uso de drones armados é uma adaptação de tecnologias de conflito militar vistas em guerras como a da Ucrânia, agora aplicadas pelo crime organizado brasileiro. Os equipamentos, baratos e facilmente modificáveis, são capazes de transportar granadas e realizar ataques precisos, ampliando o poder das facções em comunidades dominadas pelo tráfico.
O governador Cláudio Castro criticou a ausência de apoio federal e disse que o Estado está “sozinho” no enfrentamento ao crime. Especialistas em segurança pública classificam o uso de drones com explosivos como uma forma de terrorismo urbano e alertam para o risco de perda de controle sobre áreas inteiras do Rio.
Enquanto o governo federal mantém a posição de não classificar CV e PCC como grupos terroristas, o crime segue expandindo seu domínio e capacidade bélica. A falta de uma resposta firme pode agravar ainda mais o quadro de insegurança, colocando em risco a população e a estabilidade das forças de segurança.