A base governista na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS conseguiu barrar a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os requerimentos foram rejeitados por 19 votos a 11, em meio a intenso embate político.
Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), é alvo de investigações relacionadas a descontos irregulares em benefícios previdenciários. Apesar de não ser formalmente investigado pela Polícia Federal, sua associação com o Sindnapi gerou controvérsias.
Parlamentares da oposição acusam o governo de proteger aliados na comissão. O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) afirmou que a convocação era "justa e honesta" e necessária para esclarecer o papel de Frei Chico no sindicato. Em resposta, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), aliada do governo, disse que não há indícios de envolvimento dele nas atividades investigadas pela CPI.
O Sindnapi está sendo investigado por supostos descontos não autorizados em benefícios do INSS, com prejuízos estimados em até R$ 6,3 bilhões. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal identificaram movimentações financeiras atípicas e indícios de organização criminosa, resultando no bloqueio de R$ 390 milhões em bens da entidade.
Apesar da derrota na comissão, a oposição pretende continuar pressionando por novas convocações e aprofundamento das investigações. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que os requerimentos rejeitados podem ser reapresentados se surgirem novos elementos. A situação permanece tensa, com a CPI dividida entre aprofundar as investigações e evitar que o processo se torne um palco de disputas políticas.