Na noite de quarta-feira (28), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para discutir o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Haddad alertou que, sem a elevação do tributo, o funcionamento da máquina pública brasileira estaria em situação delicada.
O ministro explicou que o governo planeja cortes de R$ 30 bilhões em despesas — R$ 10 bilhões em bloqueios e R$ 20 bilhões em contingenciamentos — e espera arrecadar R$ 20 bilhões adicionais com o novo IOF para cumprir as metas fiscais estabelecidas para 2025.
Ele enfatizou que, caso a medida seja rejeitada pelo Congresso, será necessário um contingenciamento ainda maior, comprometendo serviços essenciais do Estado .
Apesar da justificativa apresentada, a medida enfrenta resistência no Legislativo. Mais de 20 Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) foram protocolados na Câmara e no Senado visando revogar o aumento do IOF. O presidente da Câmara, Hugo Motta, expressou preocupação com os impactos da medida e sugeriu que o foco deveria ser em reformas estruturais de médio e longo prazo.
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, criticou a forma como o governo implementou o aumento, alegando que houve usurpação das atribuições legislativas .
Em resposta às críticas, Haddad afirmou que, no momento, não há alternativas viáveis ao aumento do IOF para equilibrar as contas públicas, devido a restrições legais como a noventena e a anualidade tributária.
No entanto, o ministro se comprometeu a discutir medidas estruturantes para o orçamento a partir de 2026, incluindo reformas nos gastos primários e tributários .
Uma nova reunião entre o governo e os líderes do Congresso está prevista para os próximos dias, com o objetivo de encontrar soluções que conciliem a necessidade de ajuste fiscal com a viabilidade política das medidas propostas.